com base em uma veste criada por pesquisadores
Russos com intuito de contrapor os efeitos
negativos vividos pelos astronautas
(atrofia muscular, osteoporose) devidos à falta de
ação da gravidade em suas longas viagens
pelo espaço. Izabela e Richard, um casal de
fisioterapeutas e pais de uma criança com paralisia
cerebral, estudaram e desenvolveram este novo
método de tratamento visando a reabilitação de sua filha.
É constatado que pessoas com desordem
neuro-muscular precisam de
repetições intensas de exercícios para aprender e
adquirir uma nova habilidade motora.
O progresso das evidências científicas associado à
melhora significativa dos pacientes com
distúrbios neurológicos que optaram por este tratamento faz
desta técnica a primeira escolha entre os
pacientes norte-americanos.
O método se diferencia da terapia tradicional
em vários aspectos. O primeiro passo,
essencial para um bom tratamento, é a avaliação específica
e minuciosa para a identificação dos reais déficits
do paciente. Em seguida, com base nos
resultados da avaliação, é elaborado um programa intensivo,
individual e específico, com duração
de 3 ou 4 semanas, com seções diárias de 3 horas.
O treinamento do paciente é sempre individual e
visa o ganho de força, funcionalidade,
endurance, coordenação e equilíbrio.
Os recursos utilizados são: TheraSuit (veste),
Universal Exercise Unit (gaiola) e Spider.
O Therasuit é um método que consiste em um programa
intensivo e individualizado visando o ganho de força,
o aumento da resistência, do controle e da coordenação
muscular e que ajuda a melhorar as atividades funcionais
como engatinhar, sentar e andar.
O Therasuit é feito em quatro etapas que envolvem
desde exercícios intensivos até o relaxamento.
"Na primeira etapa, são realizados exercícios onde o paciente
é colocado em uma espécie de ‘gaiola’ para fazer movimentos
enquanto seu corpo é segurado por um
sistema de cordas e roldanas."
Na segunda etapa, o paciente passa para o módulo
de exercícios, onde seu corpo fica suspenso por
elásticos dentro da mesma ‘gaiola’. Na terceira,
o paciente coloca a roupa que é uma órtese
composta por uma touca, um colete, um short,
uma joelheira e um tênis, todos esses componentes
estão ligados por um sistema de cordas elásticas.
E por último o paciente realiza hidroterapia para
relaxamento muscular, explica a fisioterapeuta Juliana Barbosa,
responsável pela aplicação do método na Clínica de Fisioterapia
do Centro Universitário de Maringá (Cesumar),
pioneira nesse tipo de tratamento no Paraná.
Ledyanne Casitas de Matos descobriu o Therasuit durante uma pesquisa online e foi buscar referências com profissionais de Curitiba, que indicaram uma clínica paulista que já trabalhava com o método. Então, ela levou sua filha de quatro anos, que desde pequena apresenta um atraso motor, para fazer o tratamento, e durante sua realização ficou sabendo que o tratamento é disponibilizado na Clínica de Fisioterapia do Cesumar.
"Apesar de termos acesso a esse tratamento em São Paulo, é muito mais confortável não termos que sair de casa para proporcionar o melhor a ela".
No começo apenas crianças tinham acesso ao tratamento,
No começo apenas crianças tinham acesso ao tratamento,
hoje a clínica já disponibiliza três tamanhos de roupas
(para crianças, adolescentes e adultos). O tratamento
é gratuito. A fisioterapeuta diz o que acontece
quando o Therasuit é aplicado.
"Com a colocação dos elásticos o corpo inteiro tem
seu peso distribuído e isso faz com que o centro
gravitacional seja alterado, readequando o tônus
muscular e, como consequência, adquirindo uma
postura mais relaxada e perpendicular, com
alinhamento correto das extremidades superior e inferior,
o que é notado de imediato".
Divulgação
A ‘gaiola’ e as cordas elásticas ajudam a alongar a musculatura
De acordo com Juliana, o tratamento dura de três a quatro
semanas, é feito todos os dias com descanso nos finais
de semana, e no Cesumar é repetido a cada quatro meses.
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